sexta-feira, 1 de maio de 2015

As maldições do Rock

Ao longo dos anos, coincidências escabrosas assolaram o mundo da música, mas precisamente o mundo das melhores músicas de sempre, resumindo para quem não entendeu, o Rock and Roll. Muitos caras fodas que contribuíram muito para a música e para o estilo em si foram desaparecendo um atrás do outro como se estivessem sendo vítimas de um serial killer funkeiro, irritado pelo enorme sucesso que o Rock fazia (e faz até hoje).

Sam e Dean Winchester ainda não eram caçadores de demônios e se fossem certamente teriam ficado com uma pulga atrás da orelha, pensando no que poderia estar matando todas aquelas pessoas lendárias e logicamente teriam ido atrás de tio Bobby Singer, para juntos percorrerem todos os States atrás do tal culpado (no seriado todos os demônios estão nos Estados Unidos, o lugar onde a maioria morreu. Estranho, não?)
E aí, Sammy, acha que isso é coisa do demônio do olho amarelo?

Era a "maldição da letra J". Em um intervalo de poucos anos foram-se embora Jimmy Deus da guitarra Hendrix, Jim Morrisson, do The Doors, John Lennon, John Hitch (vulgo Sid Vicious, do Sex Pistols), Brian Jones (Guitarman dos Rolling Stones) e Janis Joplin (que pelo jeito, morreu duas vezes), entre outros.

Possivelmente os irmãos Winchester nada encontrariam, mas tão logo, Sammy, pesquisando em seu notebook em algum quarto de motel barato de beira estrada, enquanto Dean estaria em um bar xavecando mulheres, descobriria outro indicio e ligaria na mesma hora para seu irmão mais velho (e mais bêbado também):

"- Dean, achei outra pista, venha o mais rápido que puder"
 - Não vai dar irmãozinho, as gêmeas loiras e gostosas não vão me deixar sair (muitos risos)!
 - É sobre a morte de Hendrix, descobri mais semelhanças com outros casos.
 - Chego em dois minutos!

Era a "maldição dos 27 anos". De novo Jimmy Hendrix estava lá, junto com Jim Morrison, Janis Joplin, e Brian Jones (todos vítimas da maldição da letra J). Juntaram-se a este grupo então, Kurt Cobain (Nirvana) e mais recentemente Amy Jade Winehouse (que também se encaixa no da letra J). Importante ressaltar que muitos outros (de menor expressão ou tão importantes quanto) também seguiram a regra a risca.

Mais uma vez os Winchester, junto com Bobby e Castiel, investigaram sem sucesso, sobre o que causara toda a matança desenfreada de mentes, vozes e inspirações brilhantes.

Outra maldição ainda teria inicio, a "da letra W". Teve inicio com Waldick Soriano (eu não sou cachorro, não), passando por Amy Jade Winehouse (que também estava nas outras duas citadas acima). Depois viriam Wando e Whitney Houston. Há rumores de que Wilson Sideral, Will.I.Am (Black Eyed Peas), Wanderlea e Wilson Simonal já se encontram em quarentena, além de Will Smith que encerrará sua carreira de cantor e ficará apenas com a de ator.

Já que o último (e único) imortal verdadeiro ressuscitou há 2012 anos (embora ateus contestem veemente esta afirmação) e todos nós temos que fazer uma visita obrigatória a morte (ou é ela quem vem nos pegar?), pelo menos ultimamente a morte esqueceu do Rock (por enquanto).

Tudo o que é bom dura pouco, vey, esta é a verdade.

Na busca pelo corpo perfeito uma ditadura e a mutilação

 

Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem piquenique na praia? Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer para os participantes.
O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça: a conversa com o amigo, o cheiro do jasmim, a rua vazia de madrugada, e a humanidade sempre gostou de conviver com eles. Ter um momento de prazer é compensar muitos momentos de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da competição, da áspera luta pela vida - isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição. Estamos submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos, neuróticos. As filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que desfilam em Paris, os homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e do comércio. Querem que sintamos culpa quando nossa silhueta fica um pouco mais gorda, não porque querem que sejamos mais saudáveis, mas porque, senão ficarmos angustiados, não faremos mais regimes, não compraremos mais produtos dietéticos, nem produtos de beleza, nem roupas e mais roupas. Precisam da nossa impotência, da nossa insegurança, da nossa angústia.       
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo. Vivemos voltados para dentro, à procura de mundos interiores (ou mesmo vidas anteriores). O esoterismo não acaba nunca - só muda de papa a cada Bienal do Livro -, assim como os cursos de autoconhecimento, auto-realização e, especialmente, autopromoção. O narcisismo explica nossa ânsia pela fama e pela posição social. É hipocrisia dizer que entramos numa academia de ginástica porque estamos preocupados com a saúde. Se fosse assim, já teríamos arrumado uma solução para questões mais graves, como a poluição que arrebenta os pulmões, o barulho das grandes cidades, a falta de saneamento.
Estamos preocupados em marcar a diferença, em afirmar uma hierarquia social, em ser distintos da massa. O cidadão que passa o dia à frente do espelho, medindo o bíceps e comparando o tórax com o vizinho do lado, é uma pessoa movida por uma necessidade desesperada - precisa ser admirado para conseguir gostar de si próprio. A mulher que faz da luta contra os cabelos brancos e as rugas seu maior projeto de vida tornou-se a vítima preferencial de um massacre perpetrado pela indústria de cosméticos. Como foi demonstrado pela feminista americana Naomi Wolf, o segredo da indústria da boa forma é que as pessoas nunca ficam em boa forma: os métodos de rejuvenescimento não impedem o envelhecimento, e assim por diante. O que se vende não é um sonho, mas um fracasso, uma angústia, uma derrota.
Estamos atrás de uma beleza frenética, de um padrão externo, fabricado, que não é neutro nem inocente. Ao longo dos séculos, a beleza sempre esteve associada ao ócio. As mulheres do renascimento tinham aquelas formas porque isso mostrava que elas não trabalhavam. As belas personagens femininas do romantismo brasileiro sempre tinham a pele branca, alabastrina - qualquer tom mais moreno, como se sabe, já significava escravidão e trabalho. Beleza é luta de classes. Estamos na fase da beleza ostentatória, que faz questão de mostrar o dinheiro, o tempo livre para passar tardes em academias e mostra, afinal, quem nós somos: bonitos, ricos e dignos de ser admirados.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Homens que chupam (só para mulheres)


 


Homens que chupam estão em falta.

Claro que não tenho como comprovar essa afirmação, mas de tanto ler, ouvir e observar acredito que é isso mesmo: Os verdadeiros amantes do cunilingus compõem uma irmandade silenciosa e discreta, tão aplicada quanto rara.


Afinal é preciso ter devoção pelo corpo da mulher: Se ajoelhar, se curvar, manter uma atitude ao mesmo tempo respeitosa e atrevida, controlar a ansiedade das mãos e, num primeiro momento, deixar-se guiar apenas pelo olfato e sentir com os lábios a delicada textura repleta de umidade e calor.

É preciso paciência. É preciso saber apreciar o gosto de mar e de sonho que emana de cada dobra e que se mostra mais e mais pungente conforme a face avança por entre camadas macias num contato que envolve os lábios, a língua, toda a boca e por fim o nariz e o próprio rosto, fazendo da testa e do queixo extensões dos dedos que dentro em breve também entrarão em ação.

Homens que chupam não se importam em posicionar o pescoço numa curva incomum para testemunhar o espetáculo de um rosto em convulsão, lábios que se abrem e fecham num sorriso ou na intenção de um grito, ouvir meias palavras, suspiros, gemidos e frases desconexas e sem sentido, pois sabem que o espetáculo da entrega é o melhor a que se pode assistir.


Também entendem que o ar pode faltar em alguns momentos e que a pressão das coxas pode dificultar a audição e causar um certo zumbido, sendo que o puxão de cabelo e os arranhões na testa fazem parte desse jogo único, onde o prazer dela é o único objetivo dos movimentos dele.

Definitivamente, não é coisa para narcisistas infantis fascinados por cenas de felatio que pouco disfarçam a falta de respeito e de carinho pelas mulheres. Pois quantas, fora as exceções, sentem algum tipo de prazer quando recebem um jato de esperma no rosto?

Dias atrás li em alguma revista que alguns homens tem “nojinho” do sexo da mulher. Adorei esse diminutivo que expressou com humor não só a fragilidade de boa parte dos machos disponíveis como também reforçou minha crença em que o contato direto com a vagina da mulher, tanto olhando de perto quanto cheirando e chupando, assusta mais do que eles ousam admitir.

Acredito que mulheres bem chupadas são mais felizes e que se dedicar a essa arte de explorar o sexo delas extraindo orgasmos, de preferência múltiplos, é uma enorme prova de amor. Portanto, fica aqui a sugestão de um teste simples:

Ofereça sua vulva, de forma explícita, e veja se ele aceita a prova com humildade, ajoelha entre suas pernas e dá o melhor de si para que você goze.

Caso contrário, porque ficar perdendo tempo?



 por : Fabian Rodrigues